Frase célebre

"De poucas partidas aprendi tanto como da maioria de minhas derrotas." (J. R. Capablanca, ex-campeão mundial)

sábado, 11 de dezembro de 2010

Balanço Final de 2010

   O ano de 2010 terminou para o nosso grupo de xadrez. Pretendo recomeçar os encontros em 2011, no retorno das aulas. De qualquer forma, não deixem de jogar nestas férias, seja contra algum colega ou familiar, seja contra o computador ou na internet. O importante é jogar, pois em cada partida evoluímos um pouquinho. Provavelmente, quem jogar mais xadrez nas férias conseguirá dar uma boa melhorada no seu rating no início do ano que vem…

   Vejo que este ano foi muito produtivo. Primeiro, pelo início da atividade do grupo, algo que sempre é difícil. Segundo, pela manutenção e ampliação do interesse dos alunos no decorrer deste primeiro período. E terceiro, pela visível evolução dos enxadristas, principalmente daqueles de participação mais assídua. Cada enxadrista pode comparar o seu nível atual com o nivel que possuía antes do início dos encontros do grupo.

   No próximo ano, a perspectiva é de ampliar o projeto. Existe a expectativa da construção de uma sala específica para Educação Física no colégio, e a promessa de uso desta sala para os encontros do grupo, além da compra de mais materiais (relógios). Assim que estivermos com esta estrutura, poderemos começar a realizar os tão esperados torneios, e a praticar para competições específicas no âmbito escolar. Outra promessa a ser cumprida em 2011 é a compra, em conjunto, de material enxadrístico para os alunos terem em casa, composto de tabuleiro, peças e no mínimo um livro básico. O enxadrista que tem seu próprio material não restinge a prática do xadrez aos encontros do grupo, pois pode jogar sempre que quiser.

   Espero todos de volta em 2011. Boas férias, Feliz Natal e muitos xeques-mates  para todos vocês.

Encontro de 11/12/2010

   Encerramos o ano com este encontro.

   Hoje, o destaque ficou por conta de uma partida disputada entre os dois primeiros colocados no ranking, que culminou com uma interessante posição de mate em apenas 8 lances:

Felipe Voss vs. Jhonathan Souza D’Witt: 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Cc3 Cf6 4.Bc4 (Abertura do Quatro Cavalos – Variante Italiana) De7 (o correto é 4… Cxe4 5.Cxe4 d5) 5.Cb5 Dd8 (melhor seria 5… d6) 6.Cg5 h6?? (6… d5 é o único lance salvador) 7.Cxf7 De7 8.Cxc7++ 1-0. A posição final está no diagrama abaixo.

Nova Imagem

   Um bom ensinamento desta partida é a força das peças menores (bispos e cavalos), principalmente quando trabalham em conjunto e em harmonia.

   As três primeiras posições no ranking após as partidas de hoje são: 1º Felipe Voss (900); 2º Jhonathan Souza D’Witt (765); 3º Daniel Tomazzoni Lubenow (709). A lista completa do ranking pode ser consultada no link Enxadristas e Rating Local, no menu à esquerda.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Encontro de 04/12/2010

No encontro de hoje, destaque para o enxadrista Daniel Tomazzoni Lubenow (699), que recuperou a 3ª posição no ranking , posição esta que havia perdido no encontro passado. Outro destaque foi a estréia da enxadrista Gabriela de Melo Devens (543) na lista de rating local, ocupando a 10ª posição.

Após o encontro de hoje, as três primeiras posições no ranking são as seguintes: 1º Felipe Voss (855); 2º Jhonathan Souza D’Witt (776); 3º Daniel Tomazzoni Lubenow (699). A lista completa do ranking pode ser consultada no link Enxadristas e Rating Local, no menu à esquerda.

sábado, 27 de novembro de 2010

Encontro de 27/11/2010

Hoje foram disputadas 27 partidas. No ranking, o principal destaque foi a tomada da primeira posição pelo enxadrista Felipe Voss (813). Outro fato interessante foi o aumento de 40 pontos do enxadrista Alexander Teixeira Winterfeld (548), que disputou 8 partidas hoje, com destaque para suas vitórias contra Daniel Tomazzoni Lubenow (649) e Jhonathan Souza D’Witt (737), mas encerrando seu dia com uma derrota para Wagner Buchinger Elias (508).

As três primeiras posições, após as partidas de hoje são: 1º Felipe Voss (813); 2º Jhonathan Souza D’Witt (737); 3º Gabrieli Schwambach (650). A lista completa encontra-se no link Enxadristas e Rating Local, no menu à esquerda.

sábado, 20 de novembro de 2010

Encontro de 20/11/2010

Hoje foram disputadas 30 partidas. No ranking do grupo, destaque para os enxadristas Daniel Tomazzoni Lubenow (658) e Gabrieli Schwambach (646), que estrearam no rating local na 3ª e 4ª posições, respectivamente, após ultrapassarem o número de 8 partidas. Outro destaque foi a diminuição da diferença entre os dois primeiros colocados que agora é de apenas 1 ponto.

Os três primeiros colocados no ranking, após as partidas de hoje são: 1º Jhonathan Souza D’Witt (760); 2º Felipe Voss (759); 3º Daniel Tomazzoni Lubenow (658).

A lista completa do ranking pode ser acessada pelo link Enxadristas e Rating Local, no menu à esquerda.

sábado, 13 de novembro de 2010

Encontro de 13/11/2010

Hoje foram jogadas muitas partidas, portanto houve muito aprendizado, pois a melhor maneira de evoluir no xadrez é jogando. A lista de rating está ficando a cada semana mais interessante, conforme as partidas vão sendo disputadas. Segue algumas fotos do encontro.
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   Os três primeiros colocados no ranking do grupo após as partidas de hoje são:
1° Jhonathan Souza D'Witt (748); 2° Felipe Voss (681); 3° Guilherme Becker (621).
   A lista completa pode ser acessada pelo link "Enxadristas e Rating Local", no menu a esquerda.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Cancelamento do encontro de 30/10/2010.

Em virtude da impossibilidade de acesso ao interior da escola nas vésperas do 2º turno das eleições, o nosso encontro de sábado (30/10) NÃO SERÁ REALIZADO. O próximo encontro fica marcado para o dia 06/11.

sábado, 16 de outubro de 2010

O comportamento esperado de um bom enxadrista*

No xadrez, existem algumas regras de “etiqueta”, ou seja, de comportamento, de conduta dos indivíduos envolvidos numa partida. Segundo D”Agostini (1955), na sua obra Xadrez Básico, essas regras são:

1 - No decurso de uma partida é proibido ao jogador servir-se de notas manuscritas ou impressas, que se refiram à partida; também lhe é vedado recorrer aos conselhos ou à opinião de terceiros.

2 - Os jogadores devem abster-se de qualquer comentário acerca dos lances feitos de uma parte ou de outra (N. E.: E principalmente das outras partidas dos tabuleiros próximos).

3 - É proibido tocar, ou indicar com o dedo, as casas do tabuleiro a fim de facilitar o cálculo dos lances possíveis.

4 – Em xadrez nunca se volta um lance legal.

5 – Executa-se o lance, conduzindo-se diretamente à nova casa a peça tocada; a peça deve ser imediatamente solta.

6 – No roque, o movimento do Rei será seguido do da Torre.

7 – Na promoção , o peão será imediatamente substituído pela nova peça.

8 – Na captura, o jogador retirará imediatamente do tabuleiro a peça capturada.

9 – É PROIBIDO DISTRAIR OU INCOMODAR DE QUALQUER MANEIRA O ADVERSÁRIO.

10 – O enxadrista derrotado deve, por um dever de cavalheirismo (N.E.: e espírito esportivo), cumprimentar e felicitar o vencedor ( N. E.: e não ficar arranjando desculpas pela derrota).

 

N. E.: Nota da edição.

* Texto adaptado de D’AGOSTINI, O. G., Xadrez Básico, Rio de Janeiro, Ediouro, 2002. pg 65-66.

Tabela de Ajustamento do Ranking do Grupo de Xadrez

A distribuição dos pontos de rating no ranking do grupo de xadrez usará a tabela abaixo:

       TABELA DE ATRIBUIÇÃO DE PONTOS DE RATING

              GRUPO DE XADREZ DUQUE DE CAXIAS

Diferença entre jogadores O rating mais alto ganha (adicione ao maior e deduza do menor) O rating mais baixo ganha (adicione ao menor e deduza do maior) Empate (adiciona ao menor e deduz do maior)
0-19 16 16 0
20-39 15 17 1
40-59 14 18 2
60-79 13 19 3
80-99 12 20 4
100-119 11 21 5
120-139 10 22 6
140-159 9 23 7
160-179 8 24 8
180-199 7 25 9
200-219 6 26 10
220-239 5 27 11
240-259 4 28 12
260-279 3 29 13
280-299 2 30 14
300-319 2 32 15
320-339 2 34 16
340-359 2 36 17
360-379 2 38 18
380-399 2 40 19
400- 1 44 21

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Cancelamento do encontro de 02/10/2010.

Prezados alunos,

Comunico que no próximo sábado, dia 02/10, não haverá encontro do grupo de xadrez, pois, em virtude das eleições que ocorrerão no domingo, a escola estará fechada para preparação das seções eleitorais. Nosso próximo encontro fica marcado para o dia 09/10.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Quem quer tabuleiros e peças novas?

Caros alunos,

Pelo que percebi, uma boa parte dos enxadristas do nosso grupo não tem jogo de peças e tabuleiro em casa, por isso acabam jogando apenas nos encontros dos sábados, quando usamos os materiais do colégio. Eu acho muito importante que cada um tenha seu material particular, para poder jogar e estudar quando estiver em casa.

Eu sei que os preços dos materiais nas livrarias ou casas de produtos esportivos não é convidativo. Por isso, tomei a iniciativa de solicitar alguns orçamentos de fábricantes e lojas especializadas, com a idéia de fazermos uma compra única, em conjunto.

A melhor opção que encontrei, foi de uma loja de Curitiba, uma das pioneiras nesse tipo de comércio no Brasil. Pelo orçamento, eles fazem um conjunto de 10 kits (compostos por um jogo de peças com sacolinha + tabuleiro dobrável) por R$ 250,00, já com o frete. O jogo de peças é idêntico ao que usamos nos encontros. Dessa forma, ficaria por cerca de R$ 25,00 cada kit, bem mais barato do que no comércio local. Creio que não deve ser difícil de encontrar 10 interessados. E quanto mais kits pedirmos, mais barato fica por unidade, pois o valor do frete fica diluído e posso barganhar um desconto maior.

Além disso, acho que este kit pode ficar mais interessante ainda, com a inclusão de um livro de nível iniciante. O preço de cada kit pode ficar então próximo de R$ 40,00. Só que daí o aluno estará bem equipado para jogar e estudar.

Sábado conversaremos mais sobre isso. Vão amadurecendo esta idéia, e guardando o dinheiro da mesada.

Até lá. 

domingo, 12 de setembro de 2010

Navegação no site.

O encontro de hoje teve o resultado esperado, pois todo mundo voltou para casa sabendo, pelo menos um bom tanto, de notação algébrica. Agora, vocês têm a possibilidade de "estudar xadrez". Tanto na biblioteca do colégio, quanto na municipal, existem livros de xadrez que podem ser emprestados e que são muito importantes para o desenvolvimento de qualquer enxadrista. Não esperem que o professor lhes dê o livro na mão. Vão lá e procurem. Comecem pelo nível "iniciante", mesmo que talvez vocês já saibam o que está escrito lá, pois existem coisas que podem demorar para o enxadrista ver na prática, e os livros aceleram este processo. "O melhor treinador de um enxadrista é ele mesmo", como já dizia o grande mestre Tigram Petrossian. Além dos livros, há muito conteúdo enxadrístico na internet. Nessa nossa página, no menu à esquerda, vocês encontram itens com conteúdo enxadrístico também. No item Princípios, Regras e Conduta estão os fundamentos que todo enxadrista deve saber, seja para o jogo, seja para o comportamento do enxadrista fora do tabuleiro. Na seção Aberturas, estão inseridos os princíos que devem ser seguidos nos primeiros lances de todas as partidas. Apresenta também, uma lista das aberturas mais conhecidas de xadrez, bem como seus lances caracterísiticos, que os enxadristas devem conhecer para poder acompanhar as análises das partidas dos mestres. No item Tática, vocês podem encontrar elementos que são usados para conseguir vantagem material ou posicional. O conhecimento destas "armadilhas" serve tanto para conseguir vantagem, quanto para evitar ficar em desvantagem, quando possibilita a visão de jogadas perdedoras. A seção Dicas e Conselhos tem uma extensa lista de considerações para o enxadrista refletir. Muitas delas o iniciante não conseguirá entender o significado, mas estas vão ficando mais clara com o passar do tempo.
Conhecer a história do jogo é uma motivação a mais no xadrez. Apreciar as lutas que ocorreram em encontros pelo Campeonato Mundial são um privilégio de quem busca esta outra faceta do xadrez. No item Campeões Mundiais estão apresentadas as fotos dos jogadores que foram os melhores em sua época. Suas biografias serão periodicamente apresentadas na seção Personalidades, presente na barra lateral direita do site.
O item Enxadristas e rating local é o espaço para as informações dos jogadores do nosso grupo. Nesse espaço estará sempre a listagem de rating (no momento não há jogadores com rating, porque ainda não foi realizado nenhum torneio), bem como a classificação final de torneios. A seção Benefícios do xadrez escolar contém um texto adaptado da minha Monografia da graduação, onde constam os motivos para a realização de um trabalho como este que estamos efetuando. O item Glossário é um dicionário de termos enxadrísticos. Se você estiver lendo um texto ou livro de xadrez e aparecer alguma palavra que você não saiba o significado, é bem provável que você a encontre nesta seção.
Para o próximo encontro, quero lembrar mais uma vez a todos para que levem caneta/lápis e caderno para as anotações, que serão obrigatórias a partir de agora. Além disso, ficarei muito feliz se for surpreendido por algum aluno dedicado, que estiver lendo um livro de xadrez.
Até o próximo encontro.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um pouco da minha experiência pessoal – o início

Quando eu iniciei no xadrez, por volta dos treze anos de idade, no ano de 1994, jogava quase que diariamente, no horário do recreio do Colégio Amâncio Moro. Não tinha tabuleiro, nem jogo de peças. Então, um dos meus colegas, que também estava se iniciando, confeccionou um tabuleiro com as peças todas de papelão. E nesse tabuleiro nosso grupo inseparável jogou por um tempo, até que ganhei um jogo de xadrez Xalingo, aqueles com peças de plástico e tabuleiro de madeira, que quando se fecha forma um estojo para guardar as peças. Tenho ele até hoje. A partir daí, os outros colegas também conseguiram convencer seus pais a comprarem, até que todos tivessem o seu, em casa. Jogávamos sempre que podíamos, e passamos pela fase do “pastorzinho” também. Lembro que na época, a coisa que mais me chamou a atenção no xadrez, e me fez investir nele, foi a total ausência do fator sorte na definição do ganhador. Com uma personalidade um tanto egocêntrica, eu odiava perder, em qualquer tipo de jogo, quando o fator sorte era determinante. No xadrez, descobri que, se ganhei, mereci, e se perdi, posso procurar onde errei, pois certamente errei. No xadrez, ambos os jogadores começam com igualdade completa de forças, sendo que há apenas uma leve vantagem para as brancas devido ao lance inicial, proporcional ao nível dos adversários, sendo desprezível no nível iniciante. Em quase todos os demais jogos, como os de cartas, ou dados, não basta saber jogar, é preciso ter sorte, se é que ela existe. As vitórias nesses jogos dependem quase que completamente do acaso, sendo a habilidade do jogador um fator secundário para a vitória.

O fato marcante desse período para mim foi o meu primeiro torneio, o campeonato da escola, daquele ano. Apesar da pouca experiência, obtive o 2º lugar, perdendo apenas na final, para o enxadrista mais conhecido da escola na época. Creio que desse ponto em diante não havia mais volta. A partir daí, comecei a freqüentar os treinos de xadrez organizados pelo Prof. Gioni Mattei, no Colégio Duque de Caxias. Além de poder enfrentar adversários diferentes dos habituais, tive contato pela primeira vez com a notação enxadrística. Lembro que o nível dos novos adversários era equivalente ao meu, mas eles tinham como hábito anotar todas as suas partidas. Hábito este que eu também agreguei. E, por isso, tenho até hoje as minhas primeiras partidas anotadas, datadas de 1995. O fato de ter aprendido notação, e me dedicado a usá-la, foi responsável por uma evolução mais rápida do meu conhecimento do jogo. A domínio da notação enxadrística abre uma imensa porta de acesso a vasta literatura que existe sobre o xadrez. Então eu, que já era “devorador de livros”, passei a estudar os livros de xadrez, disponíveis na Biblioteca Municipal e na da escola. Existem livros para todos os níveis e para todos os aspectos e fases do jogo. Assim, passei um bom tempo estudando, e pondo em prática nas partidas o conhecimento adquirido. Percebi também que o hábito de anotar fazia com que eu levasse mais a sério cada partida. O fato de saber que aqueles lances iriam ficar registrados, me fazia refletir mais e jogar com menos displicência, ainda que continuasse a cometer muitos erros (o que faço até hoje…). Os registros me permitiam fazer uma análise post mortem em cada partida, descobrindo quais foram as falhas, os lances ignorados, as chances perdidas. Tenho guardadas algumas centenas de partidas anotadas, desde que comecei a jogar. Ainda hoje, de vem em quando, reproduzo algumas delas, o que me faz lembrar como era meu estilo, qual era o meu nível, quais conhecimentos eu não possuía na época em que foi jogada.

Por isso, focarei e cobrarei, alunos, para que anotem as suas partidas. Tenham um caderno ou pasta próprios para isso. As vantagens de se conhecer e usar a notação, como já mencionei, são muitas, mas vou repetir: 1 – Permite acesso ao conhecimento contido na literatura enxadrística; 2 – Jogamos com menos displicência quando estamos anotando; 3 – A anotação permite a análise pós-jogo, permitindo descobrir erros e lances omitidos, contribuindo fortemente para o desenvolvimento; 4 – Uma partida anotada é como uma fotografia, pois quando reproduzimos uma partida que jogamos há muitos anos, conseguimos ver como éramos e como pensávamos na época em que foi jogada.

Anotem, anotem, anotem, anotem e anotem.

domingo, 5 de setembro de 2010

Por que estudar xadrez?


(Relato de Garry Kasparov, ex-campeão mundial, considerado por muitos o melhor enxadrista de todos os tempos)

  
          A proposta de revista Sport in the URSS, de publicar uma série de lições minhas, para os seus leitores, pegou-me um pouco de surpresa, porque eu mesmo ainda estou estudando as sutilezas do Xadrez. Depois de pensar um pouco, eu resolvi que, escrever a respeito da minha compreensão e da minha interpretação, dos fundamentos do Xadrez, também seria útil para mim. Eu sou um apaixonado pelo Xadrez; esta paixão já dura muitos anos e é para sempre. Eu estou sempre estudando Xadrez e estudando minunciosamente. Mesmo quando eu analiso aquilo que já fiz e traço planos para o futuro, não consigo deixar de me impressionar diante da inesgotabilidade do Xadrez e de tornar-me, cada vez mais convencido, de sua imprevisibilidade. Veja por você mesmo: já foram disputadas milhões de partidas. E milhares de livros foram escritos, sobre vários aspectos do jogo. E assim mesmo, não existe um método ou uma fórmula capaz de garantir a vitória. Não há critérios, matematicamente comprovados, para avaliar-se sequer, um lance, quanto mais uma posição. Os experts em Xadrez não têm dúvida, de que, na maioria das posições, há mais de uma continuação recomendável e, cada um escolhe o “melhor lance”, com base na sua própria experiência, capacidade analítica e até mesmo caráter. Nem mesmo, a possibilidade do emprego de computadores, para análise, parece séria no presente (1993), uma vez que ainda não foi encontrado um algoritmo definitivo da partida de Xadrez e, não há programa algum, capaz de lidar confiavelmente, com suas complicações múltiplas. E por que falar a respeito de detalhes, posições e estágios da partida, quando nem mesmo há uma resposta para a pergunta: “o que é o Xadrez? Um esporte, uma arte ou uma ciência?” Alguns dirão: “os jogadores de xadrez participam de torneios e disputam partidas, lutam para vencer e o resultado é importante para eles - o que significa que o Xadrez é um esporte. Ele desenvolve a força de vontade e ajuda as pessoas a se tornarem mais fortes.” E como pode alguém convencer outro da correção de opinião, daqueles que sempre se impressionam com a beleza das combinações e da lógica das táticas do Xadrez? Para estes, um engenhoso sacrifício de Dama, em uma partida perdida, é uma fonte de prazer, ao passo que uma partida monótona, forçada, os deixa indiferentes. Para estes, o Xadrez é uma arte capaz de trazer felicidade e de dar sentido aos momentos de lazer. Ao mesmo tempo, há também, muitos entusiastas capazes de passar noites em claro, resolvendo um problema do tipo: “Por que as pretas movem a Torre para a casa d8, em vez de mover o Cavalo, para a casa c6? Por que a posição das pretas é melhor?” Para estes, o Xadrez é principalmente uma ciência, baseada no raciocínio lógico. Eu gosto do Xadrez, pela versatilidade e pela multiplicidade. Foi a beleza e o brilhantismo dos golpes táticos, que me cativaram ainda na infância. Primeiro, admirando este brilhantismo, e depois, buscando-o nas minhas próprias partidas e, a seguir, tentando jogar bonito - tais foram os estágios do meu crescimento, como um prisioneiro da Arte do Xadrez. Mas depois veio à época, em que comecei a competir com outros, a tomar parte em torneio após torneio e, isto quer dizer que tive que começar a trilhar o caminho do Xadrez, como esporte. Eu ainda gosto de jogar bonito, mas não mais posso ser indiferente aos meus resultados; a se vou ganhar ou terminar nas últimas posições. Eu quero vencer; eu quero derrotar todos, mas quero fazê-lo com estilo, em um combate esportivo honesto. O ex-campeão mundial Mikhail Botvinnik, que eu considero meu professor, é um acadêmico do Xadrez, cujo trabalho ajudou-me a abordar o Xadrez Científico. Ele despertou em mim, o prazer de pesquisar e de resolver os inumeráveis problemas do jogo. A longo de meus preparativos para as competições e durante minhas análises de partidas abertas, de repente, percebi que estava tentando estudar meticulosa e metodicamente, com uma persistência típica de um pesquisador. Estou convencido de que minha afeição por todos estes aspectos do Xadrez irá contribuir para preservar a minha paixão, pelo resto de minha vida. Meus pais ensinaram-me a mover as peças, quando eu tinha cinco anos e eu fiquei fascinado. Um ano mais tarde, fui levado para um grupo de Xadrez, no Clube de Jovens Pioneiros, em Baku, onde imaginava-me em um reino de jogadores de Xadrez. Tornei-me incapaz de viver sem o Xadrez, desde então. Eu sempre gostei de atacar, desde a infância. Ainda gosto de jogar na ofensiva. Dediquei muito tempo para estudar os fundamentos, que parecem não ter nenhuma influência direta no jogo, mas que – estou convencido - são tão necessárias para um Grande Mestre, quanto para um amador, que queira melhorar seu jogo e obter agradáveis resultados em torneios. Para atingir o seu alto padrão de jogo, um Grande Mestre tem de gastar milhares de horas estudadas, centenas de partidas. Seu talento jamais se desenvolveria sem tamanho trabalho. Se você gosta de jogar Xadrez, mas não tem tempo para dedicar-se a um estudo independente, mas assim mesmo, quer derrotar seus amigos, você terá que gastar algumas dezenas de horas, debruçado sobre o tabuleiro.

sábado, 28 de agosto de 2010

Encontro de 28/08/2010

Nosso encontro de hoje foi muito produtivo. Além de vários enxadristas que participaram pela primeira vez, e espero que continuem conosco daqui para a frente, tivemos a visita de Ertes Schwambach, meu ex-colega dos tempos da faculdade de Matemática, que já representou nosso municípío em diversas competições enxadrísticas, e em algumas delas fomos companheiros de equipe. É sempre bom receber jogadores com “bagagem” enxadrística, pois isso serve como motivação para os iniciantes.  Volte sempre. No mais, a mesma animação de sempre, pois a garotada tem uma enorme capacidade de se concentrar no jogo, mesmo sob condições de barulho inadequadas para a prática do xadrez. Capacidade de se concentrar no seu jogo e também no do tabuleiro vizinho… Faz parte… E sobre o torneio, provavelmente vai ficar para Outubro, junto com as disputas dos jogos do Duque de Caxias, pois estaremos recebendo nos próximos encontros enxadristas de outras escolas do município, enriquecendo assim nosso grupo. A seguir, duas fotos de hoje.

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sábado, 14 de agosto de 2010

Retorno das férias

Retornamos com os nossos encontros semanais, após o período de férias escolares. A história do dia foi de um jovem enxadrista descuidado que conseguiu a façanha de entregar a sua Dama em todas as partidas que jogou hoje, e em uma delas fez isso duas vezes!  Não conto de jeito nenhum quem foi… Segue abaixo duas fotos do encontro de hoje.

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sábado, 17 de julho de 2010

Cancelamento de encontro e férias

Devido às condições climáticas, informo a todos os alunos que hoje (17/07), não haverá encontro do grupo de xadrez. Além disso, em virtude das férias escolares, nos sábados dos dias 24/07, 31/07 e 07/08 também não haverão encontros. Retornaremos no dia 14/08. Convido todos os alunos para que continuem estudando e visitando a nossa página durante este período, pois a mesma continuará sendo atualizada. Ainda dá tempo de se preparar para o torneio que organizaremos, provavelmente ainda no mês de Agosto. Boas férias para todos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mate do Pastor (ou "Pastorzinho)

O mate do pastor (do escolar, em inglês), conhecido também como Pastorzinho, é realizado pelas peças brancas em 4 lances. É o clássico mate que todos os principiantes sofrem. A sua sequência, em geral, é a seguinte: 1.e4 e5 2.Bc4 Bc5 3.Dh5? (ou Df3?) d6?? 4.Dxf7++. Os símbolos "?" e "??" significam "mau lance" e "péssimo lance", respectivamente.
Pastor
Como se vê, um mate infantil e sem maiores méritos. Mais criticável do que aquele que recebe este mate, é quem o dá (ou tenta dá-lo) contra um adversário inexperiente ou distraído. Não é tão surpreendente receber o mate pastor, mas é surpreendente o fato de muitos jogadores de alguma experiência, embora de pequena capacidade, insistirem em executar os lances preparatórios desse mate, e ficarem radiantes de alegria ao conseguir alguma vez o seu propósito. Não se explica esta satisfação, porque a beleza do xadrez está na constante criação pessoal do jogador, que sente prazer perante a sua própria obra, e tanto mais quanto maior for a dificuldade superada. Por isso não acreditamos que se possa sentir satisfação vencendo o adversário com um golpe tão grosseiro, que nem é criação pessoal do jogador, nem pode oferecer alguma emoção.
A defesa contra o mate pastor é muito fácil. Depois de 1.e4 e5 2.Bc4, as negras podem jogar 2...Cc6. Se as brancas ameaçarem mate pastor com 3.Dh5? a resposta é 3...g6. E se as brancas insistirem na absurda ameaça com 4.Df3?, as negras jogam, tranquilamente, 4...Cf6. A partida poderia continuar assim: 5.g4? (ameaçando 6.g5, com a esperança de afugentar o cavalo negro de f6 e poder dar o mate pastor...) 5...Cd4 (ameaçando a dama e, ao mesmo tempo, o peão em c2, com ataque duplo ao rei e à torre) 6.Dd3 Cxg4 7.f3?? (para afugentar o cavalo adversário de g4) 7...Dh4+ 8.Rd1 Cf2+ 9.Re1 Cxd3+ 10.Rd1 De1++.
Aqui se vê a fraqueza da tentativa do mate pastor. Ela contraria alguns conselhos da abertura, como o que diz que não devemos sair com a dama prematuramente, pois é sempre um grande risco e traz frequentemente graves consequências para o jogador que a efetua. É melhor seguir os dez conselhos para abertura, pois assim não ficamos dependendo da distração do adversário para alcançarmos uma posição vantajosa. (Texto adaptado de Becker, Idel. Manual de Xadrez. 1980)

sábado, 3 de julho de 2010

Inauguração do blog

Caros alunos,

Estou inaugurando este espaço, que será utilizado para compartilhamento de informações, exercícios, apostilas e etc., relacionados ao jogo-arte-ciência, o xadrez. Aqui também serão postados os avisos, resultados de competições e rating, entre outros, referentes ao grupo de xadrez escolar do Colégio Estadual Duque de Caxias de Corbélia - PR.